Ainda apreensivos com a doença: Instituições religiosas reabrem suas portas


Três meses depois que as Igrejas fecharam, ao abrigo do Decreto Presidencial 142/20 de 27 de Março, Igrejas Cristãs e Mesquitas voltaram a reabrir este domingo dia 28 segundo o decreto presidencial.
 
Para o efeito, ressalvam-se as províncias de Luanda e Cuanza Norte que ainda devem obedecer o decreto de 27 de Março, isso por conta do aumento de casos nestas províncias.

Sob presidência da Sua Reverendíssima Bispo José Quipungo, os Metodistas Unidos no Leste de Angola, concretamente nos Distritos Eclesiásticos de Malanje e Kiwaba Nzoji, tiveram o privilégio de assistirem ao culto de reabertura das Instituições religiosas em tempo da COVID-19, culto que teve lugar no dia 24 de Junho do ano corrente.

“Não é hábito para nós cultuarmos hoje e a esta hora, quiseram as circunstâncias que assim o fizemos,” disse Sua Reverendíssima Bispo José Quipungo ao usar da palavra.
 
“Cada um leve consigo o que Deus quer que façamos nas nossas vidas. O seu e o meu andar, precisam ser diferentes daqueles que não ouviram e não atenderam estas palavras amém,” concluiu Quipungo.
Audiência presente no culto de reabertura de cultos na Igreja Central Malanje. Malange, foto de João Gonçalves Nhanga.
Audiência presente no culto de reabertura de cultos na Igreja Central Malanje. Malange, foto de João Gonçalves Nhanga.
Bispo Quipungo extraiu a mensagem bíblica no livro dos Salmos 1:1-2.

“A Igreja é um lugar de paz e saúde e deve continuar com esta missão, e não deve ser uma agência de contaminação,´´ disse Rev. Daniel Cassoma Chitali, superintendente de Malanje e Kiwaba Nzoji.
 
´´Nesta fase de pandemia, deve ser encarrada como sendo de responsabilidade individual,” disse Chitali.

“Aconselhamos a todos os irmãos com problemas de saúde tais como: a diabete, HIV/SIDA e outras doenças crónicas a ficarem em casa. Este conselho é extensivo às crianças dos 0 aos 12 anos,” concluiu o Superintendente Chitali.

As Igrejas são recomendadas a criarem condições básicas para a prevenção da doença tais como: a provisão de água e sabão, desinfectantes, termómetros e outros materiais que garantam a higienização das mãos, higiene respiratória, mantendo distanciamento físico, limpeza e desinfecção do local dos cultos.
Mestrinho Jairo Fontoura da Silva tocando piano durante o culto de reabertura. Malange, foto de João Gonçalves Nhanga.
Mestrinho Jairo Fontoura da Silva tocando piano durante o culto de reabertura. Malange, foto de João Gonçalves Nhanga.
“Doravante, os cultos a nível nacional terão uma duração máxima de duas horas, e terá 3 dias para higienização dos espaços do culto e 4 dias para adoração,´´ disse Fernando João, representante do governo no encontro que teve com os líderes religiosos.

´´Relativamente ao número de cultos dependerá das Igrejas e de higienização das mesmas, o número máximo de fiéis dentro da Igreja não deve ultrapassar 150 e ou 50% da capacidade da Igreja e o distanciamento físico deve ser de 2 metros,” explicou João.
 
“Apelamos às Igrejas que não tenham ainda criado condições para a retoma dos cultos para não o fazer, pois, queremos preservar o bem precioso que é vida,´´ disse Adão de Almeida, ministro do Estado da Casa Civil, no acto da leitura das regras da situação de calamidade.

´´Também informamos que o uso de máscaras é de carácter obrigatório, dentro e fora dos locais de culto. A ventilação deve ser constante bem como a higienização obrigatória após cada celebração,” disse de Adão de Almeida Ministro.

Algumas das medidas decretadas pelo situação de calamidade têm a ver com a proibição de uso e distribuição de quaisquer documentos nos locais de culto.

´´Os recipientes para ofertas deverão ser colocados em locais de fácil acesso, devendo os fiéis deslocarem-se ao despectivo local e, observando o devido distanciamento físico,” concluiu ministro de Almeida.
Pastores dos Distritos de Malanje e Kiwaba Nzoji presentes no culto de reabertura na Igreja Central de Malange. Malange, foto de João Gonçalves Nhanga.
Pastores dos Distritos de Malanje e Kiwaba Nzoji presentes no culto de reabertura na Igreja Central de Malange. Malange, foto de João Gonçalves Nhanga.
Num outro olhar, membros da igreja expressavam seus sentimentos sobre a reabertura de cultos, sem descorar o lado positivo de realização de cultos domésticos.
 
´´O confinamento social veio reforçar a nossa fé e o temor em Deus. Também permitiu que olhassemos e ajudassemos ao nosso próximo que estivesse atravessando dificuldades,´´ disse Moreira Armindo, director geral da juventude.

“É importante que cada um saiba que a Igreja sou eu e não as paredes. A Igreja verdadeira nunca esteve fechada,´´ disse Gilberto Guedes, director geral de evangelismo.
´´Neste tempo de pandemia, muitas pessoas ganharam o hábito de dirigir, pregar, orar, jejuar entre membros da mesma casa,” concluiu Guedes.

“Com a reabertura das igrejas e cultos, um dos desafios que teremos será de travar os abraços e aperto de mão resultantes da saudação fraternal, porém teremos que nos adaptar a essa nova realidade,” disse Raimundo Dala, secretário da Igreja Central.

Em Angola somos mais de 80 confissões religiosas reconhecidas e no CICA (Conselho das Igrejas Cristãs em Angola), congregamos 22 membros e mais de sete milhões de fiéis.
 
´´O momento é complicado,´´ disse a Rev.ª Deolinda Dorca Teca, secretária-geral do CICA, em entrevista ao jornal de Angola. ´´Temos necessidade de voltar, mas também começa a existir mais casos de contágio, embora as autoridades sanitárias revelam ter a situação controlada. Vamos reabrir as portas sim, mas manter-nos-emos vigilantes, continuaremos orando para que a pandemia seja vencida,” concluiu a Rev.ª Dorca.
 
*Nhanga é o comunicador da Conferencia de Angola Leste das Notícias Metodista Unida.

Contacto com a imprensa: Revº Gustavo Vasquez, editora de notícias, [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, inscreva-se nos resumos quinzenais gratuitos.

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