Consertar política de migração quebrada, dizem líderes religiosos

Um incêndio recente que destruiu um campo superlotado para requerentes de asilo na ilha grega de Lesbos expôs mais uma vez “o estado fundamentalmente quebrado da política de migração e asilo europeia e o sofrimento que ela criou”, diz uma declaração de líderes religiosos na Europa.

Divulgada em 22 de setembro pelo Conselho Mundial de Igrejas, a declaração de defesa notou as frustrações ao redor, incluindo o desespero daqueles que foram forçados a viver por anos em condições desumanas e a raiva e frustração dos habitantes locais que lidam com o desafio de receber e cuidar daqueles indivíduos.

No entanto, a reação da União Europeia, segundo o comunicado, “expressa simpatia, mas não mostra nenhum compromisso real” com os refugiados ou seus anfitriões locais.

Essa falta de compromisso por parte das nações europeias é o problema. “Os migrantes e refugiados são seres humanos, amados por Deus, e não uma ameaça”, disse a bispo aposentada Rosemarie Wenner, da Igreja Metodista Unida da Alemanha.

When he landed on the Greek island of Lesbos on Oct. 30, 2015, Nabil Minas, a Christian refugee from Syria, carried his children through the water and left them on the shore, then fell on his face and kissed the ground. The shore where he kneels is covered with the black rubber of deflated refugee boats. Minas and his family came in the boat from Turkey, paying an exorbitant amount to traffickers who provided the transport.  File photo by Paul Jeffrey/Life on Earth Pictures.
Quando desembarcou na ilha grega de Lesbos em 30 de outubro de 2015, Nabil Minas, um refugiado cristão da Síria, carregou seus filhos pela água e os deixou na praia, depois se ajoelhou e beijou o chão. A costa onde ele se ajoelha está coberta com a borracha preta de barcos de refugiados esvaziados. Minas e sua família vieram no barco da Turquia, pagando uma quantia exorbitante aos traficantes que forneciam otransporte. Foto de arquivo por Paul Jeffrey / Life on Earth Pictures. 
Wenner, representando o Conselho Metodista Mundial, fez parte da equipe de trabalho que redigiu a declaração. “Os metodistas em todo o mundo estão empenhados em acolher estranhos para que superemos o 'nós' e 'eles'”, disse ela por e-mail Notícias Metodista Unida. “E nós damos as mãos a outros cristãos e todas as pessoas de boa vontade para defender um tratamento humano para aqueles que estão se mudando.”

Um compromisso com a “hospitalidade radical” e defesa em nome do “estrangeiro” atualmente é um tema central para o Conselho Metodista Mundial, disse seu principal executivo, o Bispo Ivan Abrahams.

“Continuamos a trabalhar junto com todos, em todos os lugares, acompanhando migrantes, refugiados e requerentes de asilo, compartilhando suas lágrimas, esperanças e sonhos por uma vida e meios de subsistência sustentáveis”, disse ele.

Enfatizando a necessidade de solidariedade “como princípio orientador”, as comunhões e organizações cristãs dirigiram sua declaração à Comissão da União Europeia, que apresentaria um novo Pacto de Migração em 23 de setembro.

A volunteer embraces a sobbing refugee woman who just landed on a beach near Molyvos, on the Greek island of Lesbos, on Oct. 31, 2015, after crossing the Aegean Sea from Turkey. File photo by Paul Jeffrey/Life on Earth Pictures.

Um voluntário abraça uma refugiada em prantos que acabou de desembarcar em uma praia perto de Molyvos, na ilha grega de Lesbos, em 31 de outubro de 2015, após cruzar o Mar Egeu vindo da Turquia. Foto de arquivo por Paul Jeffrey / Life on Earth Pictures.

“Esperamos que a UE rejeite o discurso e a política do medo e da dissuasão, e adote uma postura de princípios e uma prática compassiva baseada nos valores fundamentais em que se baseia a UE”, escreveram os líderes religiosos.

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Como cidadã europeia, Wenner disse que estava grata pelo envolvimento da coalizão com a UE, “exortando-a a superar um modo de crise e a criar canais regulares de migração e práticas compassivas que refletem os valores fundamentais da União Europeia para com aqueles que vêm para a Europa.”

O Rev. Ioan Sauca, professor e sacerdote ortodoxo da Romênia que atua como secretário geral interino do CMI, destacou que todos fazem parte de uma preciosa família humana que tem a missão de cuidar uns dos outros.

“As políticas de asilo de cada nação devem refletir esse senso de cuidado e confiança como uma jornada compartilhada, uma responsabilidade solene e um testemunho comum”, disse ele. “Temos grandes expectativas quanto à apresentação pela Comissão da UE de seu novo pacto sobre migração e asilo em 23 de setembro.”

Na declaração de advocacy, as igrejas e agências baseadas na igreja se comprometem a ser proativas “em oferecer boas-vindas compassivas e promover a integração social e uma vida justa e pacífica na Grécia, em toda a Europa e além”.

“As igrejas no continente grego abriram suas portas e ofereceram hospitalidade aos que foram transferidos de Lesbos e de outros 'pontos críticos'”, diz o comunicado. “As igrejas também estão entre as forças motrizes para a oferta de espaços de relocação em outros países da UE e têm sido fundamentais para receber e acolher recém-chegados.”

“As igrejas em muitos lugares oferecem hospitalidade aos recém-chegados, um ouvido aberto às preocupações dos habitantes existentes e recém-chegados, e um espaço para o encontro entre novos e velhos vizinhos, independentemente da nacionalidade, sexo, idade ou crença.”

Em uma entrevista para o Conselho Mundial de Igrejas, o Arcebispo Ortodoxo Ieronymos de Atenas e toda a Grécia declarou que, sem ajuda, o fardo desta hospitalidade sobrecarrega as comunidades locais.

“As políticas repressivas implementadas pela UE resultaram em milhares de requerentes de proteção internacional tendo que suportar longos confinamentos nos pontos quentes superlotados das ilhas do Egeu, vivendo em condições indecentes com acesso insuficiente a bens ou serviços fundamentais”, disse o arcebispo.

Por causa disso, ele acrescentou, o incêndio em Moria “era apenas uma tragédia esperando para acontecer”.

A declaração de defesa de 22 de setembro apoia “assistência humanitária imediata para permitir que as autoridades gregas e atores humanitários no local respondam às necessidades das pessoas deslocadas, bem como soluções estruturais de longo prazo para a resposta da região às pessoas em movimento.”

Tal ação deve ocorrer em todos os estados membros da UE, diz o comunicado, e o fomento do medo deve ser substituído por compaixão.

 

* Bloom é editor assistente de notícias do Notícias Metodista Unida e mora em Nova York. Siga-a em https://twitter.com/umcscribe ou entre em contato com ela pelo telefone 615-742-5470 ou [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, assine os resumos quinzenais gratuitos.

** Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para [email protected]

  

 

 

 

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