Pontos chave:
• A mudança de reuniões físicas para uma “igreja sem paredes” era considerada impensável apenas alguns anos atrás, mas os bloqueios do COVID-19 aceleraram a prática do ministério online.
• A campanha “Repensar a Igreja” das Comunicações Metodistas Unidas inspirou Maforo a buscar a igreja virtual para sua dissertação.
• Sua série devocional diária agora atinge milhares de pessoas nas redes sociais.
Os bloqueios provocados pelo COVID-19 aceleraram a passagem da Igreja Metodista Unida na Área Episcopal do Zimbabué e além, para a autoestrada da informação. Essa mudança de reuniões físicas para uma “igreja sem paredes” era considerada impensável apenas alguns anos atrás.
Em 2014, tive dificuldade para convencer meu supervisor a aprovar o tópico de minha dissertação sobre as possibilidades da igreja online. Enquanto a igreja no Zimbábue estava dando os primeiros passos para abraçar a tecnologia, os mundos acadêmico, empresarial e de entretenimento já estavam lá e eu disse a mim mesmo que a igreja deve se encontrar dentro do espaço digital.
Em cumprimento parcial de meus estudos no United Theological College (Faculdade de Teologia Unida), meu tópico de pesquisa foi “Repensar a Igreja! Uma análise do impacto das mídias sociais e comunidades virtuais na igreja física”. Parecia impossível na época, mas a igreja de Deus agora prospera em plataformas baseadas na internet como WhatsApp, Facebook e YouTube.
A decisão de criar a visão de uma igreja virtual em meu projeto de pesquisa foi inspirada por três fatores:
- Campanha “Repensar a Igreja” das Comunicações Metodistas Unidas;
- Minha participação no treinamento de comunicadores da Conferência Central Initiative da UMCom na Igreja de Ginghamsburg em Tipp City, Ohio, em 2009;
- E a energia positiva do Bispo Eben Kanukayi Nhiwatiwa ao abraçar novas tecnologias para o ministério no Zimbábue.
O slogan “Repensar a Igreja” fazia perguntas importantes como: “E se a igreja se tornar algo que fazemos em vez de um lugar para onde vamos?” Um fogo foi aceso dentro de mim e eu acreditei em Deus para as oportunidades de uma igreja virtual como mais reais e práticas do que apenas uma ideia abstrata. Na verdade, a igreja se tornou mais do que um lugar para onde vamos, mas algo que fazemos desde que as portas foram fechadas em março de 2020.
A linguagem de “fazer igreja juntos” tem agora uma impressão melhor em nós porque o fazemos na ligação Metodista Unida e mais além. Ao contrário das percepções de 2014 que viam a plataforma baseada na Internet como ferramentas para interações sociais e não destinadas a experiências religiosas significativas, a igreja online é um "Repensar" total. Fazer a igreja online no advento do COVID-19 abriu as portas para a realização do mandato bíblico de "ir por todo o mundo", criando o que agora chamo de "Geração 28:19" - uma geração que não se limita às fronteiras geográficas.
Na Igreja de Ginghamsburg, meus dois lados encontraram sua convergência - minha vocação no ministério pastoral e minha paixão pela comunicação. Eu tinha lido o parágrafo 1806 do Livro da Disciplina, que afirma: “A comunicação é uma função estratégica necessária para o sucesso da missão da Igreja Metodista Unida”. No entanto, tive dificuldade em entender como a comunicação se torna uma função estratégica para meu ministério.
Assistir ao Rev. Michael Slaughter, o pastor líder de Ginghamsburg, trabalhando no ministério com sua equipe de tecnologia me ajudou a conectar os pontos. Claro, Harare e Ohio estão a milhares de quilômetros de distância, mas eu estava motivado para levar essa inspiração de volta para casa. Essa experiência ainda inspira meu ministério até hoje e a internet tem acompanhado meu ministério desde 2009.
No lançamento oficial do site da Área Episcopal do Zimbábue em 2013, o Bispo Nhiwatiwa disse: “Viver a vida na web se tornou uma realidade e a igreja não pode continuar a existir fora dos limites desta bênção”.
Artigos de opinião
Peguei uma dica dessas palavras e vi um ministério online como uma obrigação e não ua possibilidade. Neste momento, nunca sonhamos em como a igreja poderia sobreviver fora das quatro paredes de nossos santuários de adoração. Os Metodistas Unidos na Área Episcopal do Zimbábue foram reunidos com o clique de um botão. Serviços funerários, serviços religiosos, festivais de música, avivamentos e reuniões de conferências acontecem online.
As descobertas em minha pesquisa pintaram um quadro sombrio, com as possibilidades de uma igreja online. Os mitos mais comuns eram que a internet é imunda e cheia de pecado, secular demais, apenas para jovens, mantém as pessoas longe da igreja e que a tecnologia é fria e impessoal. Mas a recente onda de atividades de transmissão ao vivo da igreja no Zimbábue conta uma história diferente.
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No 10º dia de fevereiro de 2016, eu comecei um diário devocional chamado #365SunriseDevotions (365 Devoções do Nascer do Sol), que tem uma circulação diária de mais de 2.000 contatos no WhatsApp e alcance de 2.000 a 4.000 no Facebook. Este ministério no espaço digital pretendia durar apenas os 40 dias da Quaresma, mas com a demanda pela dose diária da palavra de Deus, mantenho-os funcionando até hoje.
Desde julho de 2020, o #365SunriseDevotions tem sido acompanhado por uma plataforma de compartilhamento de áudio - o Prayer Closet Midnight Encounters (Encontros à meia-noite no armário de oração), que acontece de segunda a sexta, das 23h à meia-noite. O programa está presente em 68 grupos do WhatsApp e conta com 855 membros na plataforma Telegram. Os grupos de WhatsApp têm no máximo 257 membros, o que eleva o número total de seguidores da plataforma de oração para mais de 17.000 membros.
Os bloqueios de pandemia me empurraram ainda mais para encontrar maneiras de manter a igreja viva. Para mim, um momento de crise tornou-se um momento de oportunidade para um ministério maior.
* Maforo é comunicador e webmaster da Área Episcopal do Zimbábue.
** Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, assine os resumos quinzenais gratuitos.