Pontos chave:
- Três bispos africanos disseram que vão esperar e ver o que a Conferência Geral fará antes de decidir sobre juntar-se à nova Igreja Metodista Global.
- Os participantes do encontro da Iniciativa África exigiram mais clareza sobre a estrutura da Igreja Metodista Global.
- Após a reunião, outro grupo de defesa, o Africa Voice of Unity (África Voz da Unidade), disse que trabalhará para incentivar as igrejas a permanecerem na Igreja Metodista Unida.
Os membros do grupo de advocacia da Iniciativa África reuniram-se para discutir o futuro da Igreja Metodista Unida e as implicações do recente lançamento de uma nova denominação metodista tradicionalista.
Noventa e dois delegados se reuniram de 13 a 18 de maio para a Cúpula de Oração e Liderança da iniciativa sob o tema “Visualizando o Próximo Metodismo na África”. Muito do seu tempo foi usado para aprender sobre a Igreja Metodista Global, uma nova denominação lançada em 1º de maio.
“Nós os reunimos para fornecer informações que você precisará para ajudar a si mesmo, sua igreja e suas conferências anuais a encontrar uma solução para a incerteza na Igreja Metodista Unida”, disse o Rev. Jerry Kulah da Libéria, coordenador geral do iniciativa, em comentários aos delegados.
Três bispos metodistas unidos africanos disseram aos delegados reunidos que suas conferências anuais não iriam mudar para nenhuma nova denominação até que uma decisão sobre a separação fosse tomada pela próxima Conferência Geral da Igreja Metodista Unida. A principal assembleia legislativa deve se reunir em 2024, após vários adiamentos de 2020 devido à pandemia de coronavírus.
Em comentários separados, os bispos indicaram que sua presença na reunião de Nairobi não foi sancionada pelos bispos africanos como um grupo, mas que eles estavam presentes com o entendimento de que informariam seus colegas quando os bispos se encontrarem novamente.
Dom Kasap Owan, líder da Área Episcopal do Congo Sul e também membro fundador da Iniciativa África, disse que estava presente na reunião para observar as deliberações e aconselhar quando necessário.
Ele disse que sua área está empenhada em defender o Plano Tradicional aprovado pela Conferência Geral de 2019, que afirmou e fortaleceu as críticas da denominação contra uniões entre pessoas do mesmo gênero e a ordenação de clérigos gays “praticantes autodeclarados”.
Mas o bispo disse que sua área, que abrange cinco conferências anuais, vai esperar e ver o que a Conferência Geral de 2024 decidirá antes de fazer qualquer movimento.
Neste ponto, o Plano Tradicional está oficialmente em vigor apenas nos Estados Unidos. A Conferência Geral especial de 2019 votou por qualquer legislação aprovada na reunião legislativa para não entrar em vigor nas conferências centrais – regiões da igreja na África, Europa e Filipinas – até 12 meses após a próxima Conferência Geral.
O bispo John Wesley Yohanna, da Área Episcopal da Nigéria, disse aos delegados presentes na cúpula de oração que, se a Conferência Geral votar para remover a linguagem restritiva em relação à homossexualidade no Parágrafo 161.G dos Princípios Sociais Metodistas Unidos, esse é o dia em que ele deixará a igreja para se alinhar com qualquer grupo que defenda o Plano Tradicional.
“Sou um tradicionalista e acredito que o casamento é a união de um homem e uma mulher”, disse ele.
Numa entrevista à Notícias MU, Yohanna exortou os Metodistas Unidos que estarão presentes na Conferência Geral a votar a favor da aprovação do Protocolo proposto para Reconciliação e Graça Através da Separação. O plano, elaborado por uma equipe de líderes da igreja de todo o espectro teológico, permitiria que as igrejas tradicionalistas deixassem a Igreja Metodista Unida com sua propriedade da igreja e US $ 25 milhões em fundos Metodistas Unidos e formassem sua própria denominação, e disponibilizaria outros US $ 2 milhões para outros grupos de igrejas que podem sair.
Yohanna disse que a adoção do protocolo seria uma forma de honrar a memória do falecido Bispo John K. Yambasu, que se concentrou em trazer a paz na Igreja Metodista Unida e foi reconhecido postumamente com o Prêmio Metodista Mundial da Paz.
“Se jogarmos o protocolo pela janela ou pisoteá-lo como uma igreja, então o prêmio da paz que o Conselho Metodista Mundial concedeu a ele não valerá nada”, afirmou Yohanna. Yohanna é membro da comissão de governo das Comunicações Metodistas Unidas, a agência-mãe da Notícias MU.
Embora os três bispos não tenham se comprometido a se unir à Igreja Metodista Global, o Bispo Samuel J. Quire Jr., da Área Episcopal da Libéria, disse que se a denominação não mantiver a linguagem restritiva sobre a sexualidade humana na Conferência Geral, ele deixará a Igreja Metodista Unida e se juntará a uma igreja tradicionalista. “Naquele momento e para mim, essa igreja será a Igreja Metodista Global, que está defendendo a prática tradicional das Escrituras”, disse Quire.
Kulah disse que vários pastores estavam sendo punidos por seus bispos por pertencerem à Iniciativa África.
Joyce Jaka, presidente feminina da Conferência Uganda-Sudão do Sul e delegada pela primeira vez na Conferência Geral adiada, disse que a maioria das questões discutidas na cúpula de oração eram estranhas para ela, acrescentando que “as informações compartilhadas aqui são surpreendentes."
Ela disse que tudo o que ouve em sua conferência é sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo e homossexualidade. Perguntada se ela iria trabalhar para liderar sua conferência anual para se juntar à Igreja Metodista Global, ela disse que há mais coisas que a conferência precisa entender antes de tomar a decisão.
Os participantes de cada uma das três conferências centrais da África expressaram a necessidade de mais informações sobre como a Igreja Metodista Global iria se estabelecer na África.
Os participantes da Conferência Central da África Ocidental indicaram que ainda apoiam a decisão da Conferência Geral Especial de 2019 de aprovar o Plano Tradicional. Os participantes da Conferência Central da África e da Conferência Central do Congo disseram que, por mais que compartilhassem as mesmas crenças tradicionais da Igreja Metodista Global, queriam saber como a expansão da nova denominação seria financiada na África.
A Igreja Metodista Global trabalhará com os líderes da igreja na África para iniciar a nova denominação, disse Keith Boyette, oficial de coordenação de transição da nova igreja. “Vamos financiar o plantio da Igreja Metodista Global na África por meio de parceria com outras entidades.”
Ele explicou aos delegados a natureza e as operações da Igreja Metodista Global e os passos para ingressar na nova igreja. “Agora vamos concentrar nossos esforços em ajudar indivíduos e igrejas locais a navegar nesta época de incerteza na Igreja Metodista Unida”, disse Boyette.
Após a conclusão da reunião da Iniciativa África, outro grupo de advocacia, o Africa Voice of Unity (África Voz da Unidade), afirmou que planeja fortalecer a sua rede nas três conferências centrais, a fim de proteger a unidade da Igreja Metodista Unida.
“Para muitos de nós na África, a Iniciativa África não fala pela Igreja Metodista Unida na África, e tudo o que eles disseram são opiniões pessoais individuais”, disse o Rev. Ande I. Emmanuel, presidente da África Voz da Unidade.
Em um e-mail aos apoiadores, o grupo disse que incentivará as igrejas a permanecerem na denominação e também trabalhará com os delegados da Conferência Geral da África para se opor à aprovação da proposta do protocolo em sua forma atual na assembleia de 2024.
*Swen é um comunicador Metodista Unido baseado na Libéria. Contato da mídia de notícias: Julie Dwyer, Nashville, Tennessee, (615) 742-5470 ou [email protected]. Para ler mais notícias dos Metodistas Unidos, assine os resumos quinzenais gratuitos.
** Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para [email protected]. Para ler mais notícias dos Metodistas Unidos, assine os resumos quinzenais gratuitos.