Grandes mudanças propostas para a reforma dos clérigos

Frederick Hyland, director administrativo de serviços actuariais da Wespath, e Kim Olson, director de planos de reforma, discutem a proposta Compass da Wespath, um plano de reforma para os clérigos activos dos EUA que será apresentada aos eleitores da Conferência Geral. Se aprovado, o plano substituirá o actual Programa de Segurança de Reforma dos Clérigos por um plano de reforma de contribuição definida. Hyland e Olson foram muito claros ao afirmar que o novo plano não afectará os clérigos actualmente reformados. Captura de tela cortesia de Live from Wespath.

Pontos Chaves:

• A agência de pensões e benefícios da Igreja Metodista Unida está a pedir à Conferência Geral que autorize um novo programa de reforma para os clérigos dos EUA.
• As mudanças propostas no novo plano Compass não afectam os actuais reformados nem os benefícios que os actuais clérigos já acumularam.
• No entanto, o pessoal da Wespath afirma que uma mudanca é necessária para a sustentabilidade contínua dos benefícios de reforma dos Metodistas Unidos.
• A proposta já estava em andamento antes da recente onda de desfiliações.

Os clérigos Metodistas Unidos dos EUA poderão ver mudanças significativas nos seus benefícios de reforma ao abrigo de uma proposta que vai ser apresentada aos delegados da Conferência Geral este mês.

Os funcionários da Wespath Benefits and Investments — a agência de pensões e benefícios da Igreja Metodista Unida — são rápidos em salientar que os clérigos que já reformaram ou estão prestes a reformare nos próximos dois anos não verão alterações nos seus benefícios. Os actuais membros clérigos também manterão quaisquer benefícios de reforma que já tenham acumulado.

No entanto, os funcionários também estão claros de que o plano Compass proposto pela Wespath significaria mudanças nos benefícios no futuro. Ao contrário dos planos anteriores de reforma dos clérigos que a Wespath ofereceu nos últimos 100 anos, o Compass não inclui um benefício vitalício. Em vez disso, o Compass é inteiramente um plano de contribuição definida semelhante aos planos 401(k) que a maioria dos funcionários corporativos dos EUA tem agora.

A Wespath está a pedir aos eleitores da Conferência Geral que autorizem a substituição do actual programa de reforma dos clérigos dos EUA pelo novo plano Compass, a partir de 2026. O principal órgão de formulação de políticas da denominação internacional irá considerar a proposta quando se reunir de 23 de Abril a 3 de Maio em Charlotte, Carolina do Norte.

Os membros funcionários da Wespath enfatizaram durante um evento online em 10 de Abril que a mudança para o plano Compass é necessária para continuar a fornecer uma renda de reforma confiável e sustentável.

“Uma mudança nos planos de reforma não é algo que fazes levianamente,” disse Dale Jones, director administrativo de relações com a igreja da Wespath.

“É muito trabalho para nós. É muito trabalho para o pessoal de benefícios nas conferências anuais. É um desafio para todos os nossos participantes clérigos. Mas à medida que o nosso conselho de administração analisava as tendências na igreja, com o tempo, eles ficaram cada vez mais convencidos de que era importante mudarmos para um tipo de plano de reforma diferente daquele que tivemos historicamente.”

Durante um evento em directo no dia 10 de Abril, os funcionários da Wespath discutiram formas pelas quais esperam que o plano Compass proposto ajude os clérigos dos EUA, em todos os níveis de remuneração, recebam uma renda adequada para uma vida confortável quando reformarem. Cortesia gráfica ou Wespath.

Em funcionamento desde 1908, a Wespath é uma das maiores agências de pensões religiosas do mundo. A organização sem fins lucrativos serve mais de 100.000 clérigos reformados e activos e outros funcionários da igreja, e mais de 150 investidores institucionais relacionados com a Metodista Unida. No final de 2023, a Wespath administrava cerca de US$ 26 bilhões em activos.

A agência autossustentável gere investimentos para pensões e outros activos de planos de reforma em nome das conferências anuais Metodistas Unidas – órgãos regionais da igreja que consistem de múltiplas congregações e outros ministérios. As conferências anuais são os patrocinadores do plano e legalmente responsáveis pelo pagamento dos benefícios.

Com o plano Compass, disse Jones, a Wespath está a tentar proporcionar um rendimento de reforma adequado aos clérigos em todo o espectro de remuneração e categorias do ministério Metodista Unido.

“Mas para o bem das conferências que são responsáveis por sustentar os benefícios de reforma dos seus clérigos,” acrescentou Jones, “o objectivo principal era um plano que fosse sustentável e acessível, que a igreja pudesse continuar a apoiar a longo prazo”.

Depois de décadas de redução do número de membros dos EUA e das resultantes pressões financeiras nas conferências anuais, Jones e outros funcionários da Wespath dizem que a mudança precisa acontecer.

O actual Programa de Segurança de Reforma dos Clérigos da Wespath combina componentes de contribuição definida e de benefício definido.

Um plano de benefício definido oferece um pagamento mensal de pensão vitalícia, com o empregador (neste caso, conferências anuais) assumindo o risco do investimento. Um plano de contribuição definida — como um plano 401(k) — fornece um saldo de conta para utilizar durante a reforma, com o clérigo assumindo o risco de sustentar o dinheiro até ao fim da sua vida. Os funcionários leigos Metodistas Unidos já dependem de planos de reforma de contribuição definida.

Frederick Hyland, director administrativo dos serviços actuariais da Wespath, disse que os projectistas do Compass buscaram atingir cinco objetivos: sustentabilidade, acessibilidade, adequação, equidade e flexibilidade.

“Queremos ter a certeza de que os benefícios que o programa gera em conjunto com a Segurança Social são suficientes para proporcionar aos participantes um rendimento que lhes permita viver confortavelmente na reforma,” afirmou. “O truque ou o problema aqui é que precisas equilibrar a acessibilidade com a adequação para garantir que seja calibrado adequadamente para que a sustentabilidade exista.”

Hyland disse que a Wespath também planifica continuar o seu valor de capital de longa data – “garantindo que todos os clérigos, independentemente do seu nível salarial, recebam um rendimento adequado na reforma”.

Ao abrigo do Compass, as conferências anuais dos EUA – os patrocinadores do plano – farão três tipos de contribuições para a reforma dos seus membros clérigos.

Essas contribuições são:

• $150 por mês, que aumentará 2% a cada ano após 2026.
• 3% do salário do membro clerigo.
• $1/$1 igualar até 4% do salário do membro clerigo.

Os $150 pretendem ser um nível básico de benefícios por mês para uma distribuição mais justa dos benefícios do que um plano exclusivamente baseado em pagamento.

Hyland disse que o Compass também se destina a ajudar a resolver a dívida estudantil dos clérigos.

Se aprovado, o Compass fornecerá contribuições equivalentes sobre pagamentos de empréstimos estudantis qualificados feitos por clérigos. Em essência, o plano trata os pagamentos de empréstimos estudantis de um membro clérigo como se fossem contribuições dos participantes e, em seguida, fornece uma correspondência apropriada como se tais pagamentos tivessem sido contribuições dos participantes para o plano.

“Muitos clérigos debatem frequentemente entre pagar os seus empréstimos estudantis e colocar dinheiro no plano e iniciarem as suas poupanças para a reforma,” disse Hyland. “Achamos que é um debate injusto de se ter.”

O Compass também inclui inscrição automática para clérigos em pelo menos 4% em contribuições pessoais, que é o que qualifica para a correspondência integral. De acordo com o plano, os clérigos veriam automaticamente as suas contribuiçoes pessoais aumentarem em 1% ao ano até ao máximo estabelecido pela conferência. Os clérigos podem cancelar esses recursos automáticos a qualquer momento.

A outra diferença significativa entre pensões e planos de contribuição definida é o que acontece quando um clérigo morre. Nos planos de pensões, os benefícios normalmente cessam. Nos planos de contribuição definida, tudo o que resta na conta de reforma do clérigo pode ir para os beneficiários. Hyland disse que é isso que torna o Compass mais flexível.

Mas uma questão que muitos clérigos tiveram durante o evento de transmissão ao vivo do Wespath foi como garantir que o seu rendimento de reforma duraria ao longo da vida.

Para responder a essa preocupação, a Wespath desenvolveu o programa premiado  LifeStage Retirement Income. O programa usa um algoritmo desenvolvido por profissionais de investimentos e benefícios para informar aos participantes quanto é que eles podem tirar sem correr o risco de sobreviver ao fundo de reforma.

A Wespath também inclui dois outros programas opcionais para aposentados.

• A Ponte de Seguranca Social utiliza mais poupanças no início da reforma para que os participantes possam adiar a candidatura aos benefícios da Segurança Social até à idade de reforma completa ou mais tarde.
• A Protecção do Rendimento de Longevidade envolve a compra de uma anuidade diferida que tornaria os pagamentos garantidos para toda a vida a partir dos 80 anos.

A Wespath já estava elaborando o plano Compass antes da turbulenta Conferência Geral especial de 2019 e da onda de desfiliações de igrejas nos EUA que se seguiu sob a legislação aprovada naquela reunião. Mais de 7.600 igrejas – ou cerca de um quarto das congregações dos EUA que a denominação tinha em 2019 – retiraram-se ao abrigo dessa disposição, que expirou no final de 2023.

Embora as desfiliações não tenham sido a principal razão por detrás do Compass, Jones disse que elas aumentam a urgência da proposta.

No geral, o Compass é um pouco menos generoso, mas também menos dispendioso do que o actual Programa de Segurança de Reforma dos Clérigos, disse ele. Criticamente, o novo plano também não gera responsabilidades adicionais a longo prazo para as conferências anuais.

“É um plano que acreditamos que a igreja pode sustentar a longo prazo, ao contrário do plano actual, que pensamos que pode não ser sustentável a longo prazo,” disse Jones. “Portanto, eu diria que as vantagens são realmente a garantia de que haveria um benefício de reforma adequado fornecido aos clérigos nas próximas décadas, versus alguma preocupação de que isso poderia não ser viável, se não fizéssemos uma mudança de plano.”

*Hahn é editora assistente das Noticias da MU. Contate-a através de (615) 742-5470 ou [email protected]  Para ler mais notícias Metodistas Unidas, subscreva gratuitamente aos Resumos Diarios ou Semanais.

**Sambo é correspondente Lusófono em África das Notícias da MU com sede em Maputo, Moçambique.