Pontos Chave:
Orientações especiais recordaram às delegadas da Conferência Geral que têm voz e poder na assembleia legislativa;
As delegadas afirmam que a nomeação de monitores garante que são tratadas com respeito e lhes dá poder para participarem nas reuniões;
As mulheres aprenderam a descodificar petições e a dirigir-se à conferência e foram recordadas da importância de se apoiarem mutuamente.
Foi assegurada às delegadas femininas da tão esperada Conferência Geral de 2020 a liberdade de participarem nas deliberações sem receio de assédio ou preconceito.
As comissões Metodistas Unidas sobre o Estado e Papel da Mulher e Religião e Raça nomearam dois monitores para se sentarem em cada reunião da comissão legislativa para assegurar que as mulheres e as minorias étnicas possam expressar-se livremente enquanto ajudam a decidir o futuro da Igreja Metodista Unida. Os monitores serão apresentados no início de cada reunião. As mulheres foram exortadas a reportar a eles ou ao escritório da Conferência Geral caso se sintam assediadas ou desrespeitadas.
Angele Kabamba, quatro vezes delegada da Conferência do Norte do Katanga, no Congo, faz parte da comissão financeira. Angele Kabamba aplaudiu a iniciativa, afirmando que esta confere poder às mulheres e garante que as suas vozes sejam ouvidas.
"Como mulheres," disse ela, "devemos respeitar-nos a nós próprias e os homens devem respeitar-nos. Em muitas reuniões, há pessoas que só vêm para fazer coisas inapropriadas. Sabem que podem maltratar as mulheres e que não vai acontecer nada."
As Mulheres Unidas na Fé e a Comissão sobre o Estado e o Papel da Mulher realizaram orientações nos dias 20 e 22 de Abril, primeiro para as delegadas de África, Europa e Filipinas, e depois para todas as mulheres.
"Aprecio o facto de o Estado e Papel da Mulher e as Mulheres Unidas na Fé terem orientado as delegadas das conferências centrais e nos terem ensinado que, como mulheres, temos poder," disse Kabamba. "Ensinaram-nos como nos devemos comportar e que a nossa linguagem tem de ser respeitosa para com os outros."
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Ela disse que acredita que a presença dos monitores irá incentivar uma maior participação das delegadas, cujo número tem vindo a aumentar nos últimos anos.
"No passado," observou, "as mulheres eram muito poucas e mal representadas, mas na nossa conferência anual, a igreja está a encorajar uma representação igual na eleição de líderes".
Os monitores nomeados darão informações actualizadas sobre quaisquer incidentes reportados de comportamento inadequado, incluindo toques indesejados e linguagem desrespeitosa.
"Se vires alguma coisa, diga alguma coisa," aconselharam os delegados.
A Reverenda Hortencia Langa Bacela, de Moçambique, que trabalha na área do Estado e Papel da Mulher, disse que as mulheres foram encorajadas a falar e a exprimir-se.
"Elas foram ensinadas sobre a importância de ser uma delegada e a responsabilidade do cargo," disse Bacela. "Este foi um momento de aprendizagem, um momento para criar novas relações para as mulheres que se encontraram pela primeira vez em Charlotte."
Bacela disse que os monitores foram importantes para motivar tanto os delegados como os presidentes de mesa a trabalharem juntos para alcançar a conferência sagrada.Juliet Nabukalu, da Conferência do Uganda-Sudão do Sul, uma delegada suplente que participa na Conferência Geral pela primeira vez, achou a orientação valiosa.
"Os facilitadores escutaram-nos," disse ela, "e explicaram-nos tudo o que queríamos saber. Responderam às perguntas de uma forma que nós compreendemos".
Ela sentiu-se capacitada após o programa. "Por natureza, especialmente para nós mulheres Africanas, temos o problema de recuar em vez de enfrentar um problema," disse Nabukalu. "Por vezes, temos medo de falar, e fomos encorajadas a exprimir-nos."
Quatro painelistas de Angola, Moçambique, Filipinas e Alemanha partilharam as suas histórias sobre como encontraram a sua voz como líderes para inspirar e capacitar os delegados. Elas encorajaram as suas homólogas a apoiarem-se mutuamente à medida que tomam decisões importantes sobre o futuro da Igreja Metodista Unida.
As orientações incluíam a educação dos participantes sobre como descodificar as petições apresentadas perante a assembleia legislativa e como se dirigir à conferência, bem como destacar as petições que as agências estão a apresentar e que afectam as mulheres e as crianças, especialmente as raparigas.
Os principais executivos do Estado e Papel das Mulheres e da Religião e Raça, Dawn Wiggins Hare e o Rev. Giovanni Arroyo, respectivamente, encorajaram todos os delegados a observar o código de conduta da conferência quando a Conferência Geral abriu a 23 de Abril.
Os princípios orientadores de uma conferência sagrada ideal incluem o amor, a justiça, o respeito e a dignidade.
*Chikwanah é uma correspondente para as Noticias da MU em Harare, no Zimbabué.
**Sambo é correspondente Lusófono em África das Notícias da MU com sede em Maputo, Moçambique.
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