Palavras Chaves:
- Oito denominações de tradição wesleyana formam o Comemo, Conselho Metodista de Moçambique.
- A Bispa Joaquina Filipe Nhanala da Igreja Metodista Unida, destacou a boa relação de amizade e irmandade entre igrejas membros do novo Conselho.
- O trabalho metodista em Moçambique se iniciou ainda em 1973 no país, ainda na era colonial, e hoje entende que deve se unir para ajudar os mais necessitados e lutar por justiça social.
Os membros de igrejas da família Wesley, em Moçambique, estão mais unidos. O vínculo é fruto da contínua coesão que se verifica a mais de 40 anos na relação entre diferentes denominações de tradição wesleyana.
O metodismo em Moçambique existe desde o século 19, e nalgumas denominações já celebraram o centenário, pregando e evangelizando através de palavras e obras.
Muito recentemente, formou-se o COMEMO, Conselho Metodista de Moçambique, numa Assembleia Geral que contou com a presença de oito denominações metodistas: Exército de Salvação, Nazareno, Episcopal Africana, Wesleyana, Evangélica, Luz Episcopal, Livre e a Unida. A Assembleia Geral Constitutiva aconteceu no dia 27 de Maio, nas instalações da Igreja do Nazareno, sita na Av. de Angola, em Maputo.

O evento, contou com a presença do convidado de honra, o Reverendíssimo Bispo Paul Baofa, bispo presidente da Igreja Metodista do Gana e presidente do Conselho Metodista Africano.
“Quero parabenizar as Igrejas Metodistas aqui em Moçambique, por serem as primeiras em África a formarem o seu Conselho Nacional,” disse Baofa, falando na reunião da Assembleia Constitutiva do COMEMO.
Mais de cinquenta delegados à Assembleia Constitutiva do COMEMO estiverem presentes para analisar e deliberar sobre assuntos que tem a ver com o presente e o futuro do Metodismo em Moçambique.
“A consciência e a vontade de viver o Metodismo existem e sempre existiram no seio de Metodistas, mas sem resultados visíveis,” disse a Bispa Maria Muhomba da Metodista Wesleyana.
A bispa Maria Muhomba, assumiu a liderança da Metodista Wesleyana como bispa desde Janeiro deste ano.
´´Com a criação de COMEMO tenho esperança que as barreiras que nos separam serão vencidas pelo espirito de união de propósitos com resultados visíveis e saudáveis” explicou Muhomba.
O mês de Maio em Moçambique, é conhecido como o mês do Metodismo. É nele em que o povo chamado metodista celebra a semana do Metodismo, chegando a haver a troca de púlpitos, por parte dos clérigos dum dado circuito. Esta celebração tem o seu auge no último domingo do mês, quando todas as 8 denominações celebram juntamente o culto dominical do Metodismo.
“Temos uma história e experiência a contar para o mundo,” disse o bispo Emérito Dinis Matsolo da Metodista Wesleyana.
“Há uma colaboração e aproximação visível desta família Metodista, algo que devemos celebrar,” explicou Matsolo.
O encorajamento e palavras de gratidão foram repetidas durante a assembleia e no culto de encerramento pelo bispo convidado.
“A vossa experiência do Metodismo está numa fase muito avançada, boa e encorajadora, e vos aconselhamos a continuarem assim [...] Quando ouvi que ao longo da semana têm tido cultos nos vossos circuitos, trocam púlpitos entre os pastores e encerram a semana com um culto interdenominacional, isso é excelente,” parabenizou Baofa.
O COMEMO não é uma entidade reservada apenas paras as 8 igrejas.
“Ainda somos novos, mas assim que caminharmos, veremos se há mais igrejas da família Wesley que queiram se juntar ao COMEMO,” disse a Bispa Joaquina Filipe Nhanala da Metodista Unida, eleita a 27 de Maio como presidente para dirigir o COMEMO.
Os metodistas em Moçambique, tem trabalhado em coordenação e sem sobressaltos.
“Um aspecto salutar entre as igrejas membros do COMEMO é que reina uma boa relação de amizade e irmandade, característica típica dos metodistas,” sublinhou Nhanala.

Quase todos os líderes entrevistados, foram unânimes em afirmar que quando estamos unidos, como membros metodistas, mais fortes somos, porém, divididos somos fracos.
“Uma das nossas actuais dificuldades tem a ver com instalações, equipamento e meios financeiros para melhor funcionamento,” explicou Nhanala.
Nhanala no entanto deposita um voto de confiança nas lideranças eclesiásticas membros do COMEMO. “Por sermos um corpo com mais igrejas, contaremos com a colaboração da liderança das igrejas membros para ultrapassarmos tais dificuldades”.
A beleza da existência e funcionamento do Metodismo em Moçambique é notória.
“A nossa existência como Metodistas iniciou em 1973, ainda na era colonial” disse Matsolo.
“Quatro líderes máximos de 4 igrejas (Wesleyana, Livre, Episcopal Africana e Unida) reuniram-se em Março e elegeram o Rev. Ângelo Laichela Nhatsave (em memória) da Metodista Unida para coordenar o Metodismo em Moçambique nessa altura”, explicou Matsolo.
A diversidade denominacional sob o mesmo denominador “metodista” é visto como uma beleza cultural, religiosa.
“Estou envolvido nas actividades do Metodismo em Moçambique desde 1988,” disse o Rev. Vasco Paulo Tui da Igreja Metodista Episcopal Africana.
“De lá até esta parte, consigo ver a beleza da união e espero que com a criação do COMEMO possamos caminhar ainda melhor,” continuou Tui.
Há esperança existente de que os objetivos do COMEMO contidos nos estatutos possam galvanizar a família metodista em Moçambique.
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Com a criação oficial do COMEMO “partilharemos experiências, intensificaremos a proclamação coordenada do evangelho, lutando em conjunto contra as injustiças sociais no seio do nosso povo,” concluiu Tui.
“Um dos desafios que o COMEMO tem agora, dentre tantos, é a obtenção de instalações próprias para o seu funcionamento,” disse o Tenente Coronel Mário Arão João Nhacumba, secretário em chefe da Igreja Exército de Salvação, que dirigiu o culto de encerramento no dia 28 de Maio de 2023.
“Outro desafio que como membros do COMEMO temos, é de tornar a organização autossustentável, e para tal precisamos criar um fundo para resolver estes desafios,” explicou Nhacumba.
Desafiando a direção das igrejas metodistas, Nhancumba sublinhou que “as denominações membro devem incentivar suas igrejas nas províncias a aderirem a organização… e o COMEMO deve visitá-las para oferecer direção e encorajamento”.
“As igrejas Metodistas em Moçambique que se unam para salvar almas e ajudar os necessitados… e oro que Deus ilumine a direção do COMEMO,” concluiu Nhacumba.
Na Assembleia Constitutiva do COMEMO, algumas vozes dos delegados ecoaram. ´´A assembleia correu bem,” disse Nelson Machel, delegado da Metodista Unida. “Considerando que esta é a primeira e num contexto de implementação, obviamente que alguns aspectos organizacionais, que precisam de ser melhorados no futuro foram verificados,” explicou Machel.
Sobre o que significa esta união das igrejas da família metodista, Machel afirmou que “unidos somos fortes e a nossa voz pode ser ouvida e respondida a nível das instituições dentro e fora do país”.
O culto dominical e de encerramento foi bem concorrido com uma moldura humana que encheu a espaçosa capela da Igreja do Nazareno. Mais de 3.000 fiéis estiveram no local louvando e adorando ao Senhor.
*Sambo é correspondente lusófono em África para Noticias da MU. Contacto de mídia de notícias: Julie Dwyer em [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, assine os Resumos Diários ou Semanais gratuitos.