Toda pessoa que morre merece dignidade – mesmo que ninguém saiba seu nome.
Uma nova iniciativa liderada pelo clero em Nashville quer enviar essa mensagem e foi lançada recentemente para dar esse tratamento àqueles que morreram e não podem ser identificados ou não tem família para pagar o enterro.
"É importante lembrar que as pessoas não são abandonadas. Elas fazem parte da mesma comunidade amada e são amadas, quer as conheçamos ou não", disse Jeannie Alexander, ministra ordenada e diretora executiva do Coletivo Prisional No Exceptions (Sem Exceções), em entrevista.
Alexander foi uma dos quatro clérigos em um serviço fúnebre em 26 de janeiro para homenagear dois indivíduos sendo enterrados no Hills of Calvary Memorial Park, no noroeste de Nashville. Os serviços fúnebres foram os 33º e 34º desde que a iniciativa Call the Name (Chamar o Nome) começou oficialmente em novembro.
Jay Voorhees, pastor da Igreja Metodista Unida City Road Chapel em Nashville, lançou o Call the Name depois que os Serviços Sociais do Metrô Nashville pediram a Voorhees para presidir um serviço funerário no verão passado para sete pessoas como parte do programa de enterro de indigentes do departamento.
"Foi realmente solitário", disse Voorhees em entrevista. "Pensar sobre essas pessoas que não têm ninguém no final de suas vidas para reivindicá-los ou chamá-los para fora."
Clero preside o serviço de funeral em 26 de janeiro de 2022 para o Call the Name, iniciativa para honrar indivíduos considerados abandonados. Da esquerda para direita, Brian Marcoulier, pastor líder da Igreja Metodista Unida de Bellevue, Greg Bullard, pastor da Igreja Covenant of the Cross (Aliança da Cruz), Jeannie Alexander, uma ministra ordenada e diretora executiva do Coletivo Prisional No Exceptions (Sem Exceções), e Jay Voorhees, pastor da Igreja Metodista Unida City Road Chapel. Foto de Liam Adams, cortesia de The Tennessean.
Assine a nossa nova newsletter eletrônica em espanhol e português UMCOMtigo
Você gosta do que está lendo e quer ver mais? Inscreva-se para receber nosso novo boletim eletrônico da UMCOMtigo, um resumo semanal em espanhol e português, com notícias, recursos e eventos importantes na vida da Igreja Metodista Unida
O programa de enterro de indigentes da cidade cobre os custos básicos do enterro para aqueles que morreram sem recursos suficientes para cobrir as despesas. Muitas vezes, os indivíduos não têm família para reivindicar seus corpos ou são considerados “abandonados” pelos socorristas no momento de sua morte.
Após o primeiro funeral, Voorhees perguntou à cidade se poderia fazer a mesma coisa com mais regularidade.
Muitos dos cultos seguem um padrão semelhante ao de 26 de janeiro. A temperatura era de 19 graus fahrenheit (ou -7 graus celsius) e poucos estavam presentes, exceto os clérigos participantes: Voorhees, Alexander, Brian Marcoulier, pastor principal da Igreja Metodista Unida de Bellevue e Greg Bullard , pastor da Igreja Aliança da Cruz.
Os quatro se revezaram lendo a Bíblia e uma bênção enquanto colocavam as mãos nos caixões de Yvette Kahle e Deborah Fleming. O zelador de Fleming na instituição de longa permanência onde Fleming morreu também participou do serviço de Fleming.
"É um dos atos corporais de misericórdia", disse Alexander sobre sua decisão de participar do culto. "Nossas tradições variam, mas enterrar os mortos é essencial. Faz parte do nosso chamado."
Clero local se junta ao serviço de funeral de 26 de janeiro de 2022 para homenagear vários indivíduos sendo enterrados como parte do programa de enterro de indigentes do Serviço Social Metro Nashville. Foto de Liam Adams, cortesia de The Tennessean.
Al igual que Fleming, algunas de las personas estaban en centros de atención para personas de la tercera edad, y otros/as eran personas sin hogar. Voorhees dijo que en una oportunidad tuvo que dirigir un funeral para una mujer cuya identidad se desconocía: "tuve que pensar un poco en el ritual que íbamos a hacer por ella. Aunque nadie conociera su nombre, nosotros/as íbamos a estar allí con ellos/as haciendo lo mejor posible" dijo Voorhees.
Como Fleming, alguns dos indivíduos estavam em instituições de longa permanência. Outros eram indivíduos em situação de rua. Voorhees disse que houve uma Jane Doe ou uma mulher cuja identidade era desconhecida.
Nesse caso, "eu tive que pensar um pouco no ritual que faríamos com isso", disse Voorhees. "Mas alguém sabia seu nome e ainda vamos ficar lá com eles da melhor maneira possível."
Não esquecer é o ponto principal, disse Voorhees. Compartilhando a história por trás do nome da iniciativa, Voorhees citou Davie Tucker, seu amigo e um colega pastor de Nashville, que uma vez disse a Voorhees: "Ninguém morre se você chamar o nome deles".
*Liam Adams cobre religião para The Tennessean. Entre em contato com ele em [email protected] ou no Twitter @liamsadams.
**Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, assine os resumos quinzenais gratuitos.