Pontos Chaves:
- Mais de 6.700 pessoas foram impactadas pela tragédia ambiental na região norte da Angola.
- Metodistas Unidos de toda a conferência se mobilizaram para levar alívio às vítimas oferecendo itens de primeira necessidade como roupas e alimentos, e também refrigério através do evangelho.
- Autoridades municipais reconheceram o empenho e a importância da mobilização humanitária metodista para mitigação do sofrimento na área afetada.
A Igreja Central de Malanje, tomou a dianteira no acto de solidariedade e de apoio aos sobreviventes das enxurradas que assolaram o país. Mais de 300 pessoas foram temporariamente reassentadas no Pavilhão Multi-uso Arena Palanca Negra Vanvuala.
“Ouvimos o clamor dos nossos irmãos e ficamos comovidos a agir,” disse Sélcio Paposseco, vice-guia leigos da Igreja Central.
A tarde de 3 de Dezembro de 2023, uma delegação eclesiástica dirigiu-se ao local de reassentamento para solidarizar-se de perto com aqueles sobreviventes, assim representando a Conferência Anual do Leste de Angola. Os Metodistas Unidos levavam consigo roupas, calçados, produtos de higiene e alimentos como arroz, massa alimentar, feijões, farinha de milho, açúcar e óleo alimentar, além de outros produtos não quantificados.
“Ouvimos o apelo do governo, através da administração municipal, pedindo aos parceiros sociais para aderirem a campanha de solidariedade com os nossos irmãos sobreviventes das cheias,” explicou Paposseco.
“Nossa presença aqui é de confortar aos nossos irmãos com a palavra de Deus, bem como oferecer estes bens materiais em nossas mãos, para aliviar o sofrimento diário,” conclui Paposseco.
A comitiva de Metodistas Unidos foi liderada pelo Rev. Manuel Calimbue, em representação não apenas do Distrito Eclesiástico de Malanje, mas de toda a Conferência do Leste de Angola.
“Trouxemos alimentos para oferecer aos nossos irmãos e irmãs aqui no Pavilhão Multiuso Arena Palanca Negra, para mitigar o sofrimento resultante das chuvas,” disse Madalena António, membro da Igreja Metodista Unida Central Malanje no Distrito Eclesiástico de Malanje.
A província nortenha de Malanje cobre uma superfície de aproximadamente 2.422 km2 com uma população estimada em cerca de 604.214 pessoas, segundo o censo populacional de 2014.
“Irmãos, não trouxemos ouro nem prata, mas a palavra de Deus, que é o consolo, a solidariedade e esperança, […] o que estão a passar neste momento também nos choca como Igreja e como família Angolana,” orava a Revda. Branca Martins, pastora aposentada no distrito de Malanje, em jeito de consolação.
Segundo o governo provincial através do corpo de proteção civil e bombeiros, os municípios mais afectados foram Malanje, Cahambo, Kiwaba Nzoji, Marimba, Calandula, Cunda-Dia-Base Massango, Mucari e Quirima com mais de 2.000 casas danificadas, mais de 400 inundadas e mais de 3.000 residências afectadas. A tragédia ambiental também somou 6.783 pessoas sem teto, 12 mortes e um número não especificado de feridos.
O Rev. Manuel Calimbue, na sua exortação aos sobreviventes disse “tendes bom ânimo, coragem, força, fé e esperança […] apesar de vossas casas, projectos e outros bens terem ido com a fúria das águas, Deus não está alheio a vossa actual situação”.
O Rev. Calimbue é pastor da Igreja Central Malanje que baseou sua exortação a partir do Evangelho segundo o registo de João 16:33.
“Estamos aqui para transmitir a vocês uma mensagem de esperança, viemos viver de perto a vossa dor e saber em que condições estão a viver,” explicou Calimbue.
“Nós, como Igreja Metodista Unida, ouvimos o grito de socorro da Administração municipal de Malanje, como também acompanhamos através da imprensa o que aconteceu no município de Malanje,” concluiu Calimbue.
Os alimentos doados aos sobreviventes das enxurradas, foram generosamente saídos dos membros da Metodista Unida Central Malanje.
A Conferência do Leste de Angola, não tem Coordenador de Emergências, que poderia trabalhar em estreita ligação com a UMCOR, agência da Igreja Metodista Unida de resposta humanitária aos desastres naturais/humanos que acontecem em todo mundo.
“Estamos a passar muita fome e muitas necessidades aqui onde estamos,” expressou-se a senhora Luisa Cristóvão, porta-voz e uma das coordenadoras dos sobreviventes e beneficiaria dos bens doados pela Metodista Unida.
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“Entretanto agradecemos a Igreja por este gesto humanitário e de solidariedade,” disse Cristóvão.
Apesar do sofrimento, os sobreviventes foram muito agradecidos aos membros da Metodista Unida que lhes foram visitar.
“Agradecemos a Igreja que veio nos ajudar, estamos a sofrer muito, perdemos as nossas casas e os nossos filhos não conseguem nem ir à escola,” disse Quintinha Pedro, exprimindo o seu sentimento.
Rufino dos Anjos, representante do gabinete da acção social da administração municipal, agradeceu a igreja pela ação humanitária. Ele falou em representação do administrador municipal de Malanje, Fernandes Cristóvão Simão João.
“A igreja uniu-se ao governo, para aliviar o sofrimento destes concidadãos que se encontram neste Pavilhão,” disse Dos Anjos.
Até a altura do encerramento da nossa reportagem, encontravam-se naquele Pavilhão cerca de 350 pessoas, cerca de 90 famílias.
*Nhanga é o comunicador da Conferência Anual do Leste de Angola das Notícias Metodista Unida. Contacto com a imprensa: Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, em [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, inscreva-se nos resumos quinzenais gratuitos.