No início de Agosto de 2020, quando o chefe de estado moçambicano anunciou a reabertura das escolas do ensino superior e os locais de cultos, muitos moçambicanos agradeceram a medida, porém conscientes de que os métodos de biossegurança são a esperança e o que garante a protecção do povo de Moçambique.
“Embora nem todos os estabelecimentos de ensino, publicos ou privados, ainda não estejam autorizados, como também não estão as capelas, há esperança de que, se a sociedade usar os métodos de biossegurança, a esperança de erradicação da pandemia é possível,’’ disse o Rev. Dr. Júlio André Vilanculos, reitor da Universidade Metodista Unida em Moçambique.
A Universidade Metodista está a funcionar a todo vapor desde que a medida de reabertura das universidades foi anunciada.
“A nossa UMUM teve que ser vistoriada e, reunida que estavam as condições, foi certificada e estamos a leccionar sem problemas,” disse Vilanculos.
“As nossas capelas vão sendo certificadas assim que elas reúnem as condições de biossegurança exigidas pelos ministérios da saúde e da justiça,” disse a Revda. Hortência Américo Bacela, directora do Conselho dos Ministérios de Moçambique Sudeste e Sul.
É condição chave que cada capela tenha, dentre outros requisitos, um termómetro para a medição da temperatura, álcool gel para desinfecção das mãos e uma bandeja com um pano ensopado com hipoclorito para desinfectar os pés. Os assentos na capela devem estar marcados e distanciados por no mínimo um metro e meio, e as casas de banho devem ter água.
“Muitas das nossas capelas que se encontram nas zonas urbanas, têm dificuldades de cumprirem com os requisitos por falta de meios financeiros para a sua aquisição.”

Moçambique é um dos países em vias de desenvolvimento, com uma indústria ainda sem possibilidades de produzir termómetros para a medição de temperatura. Contanto, há importadores privados que trazem estes meios a Moçambique e vendem a preços muito altos.
“Todavia, ficamos alegres e encorajados quando por semana recebemos informação dos distritos falando de mais capelas a serem certificadas para a sua reabertura,” concluiu Bacela.
Na cidade e província de Maputo já tem 15 capelas certificadas e que já retomaram seus cultos presenciais, observando os métodos de biossegurança.
“Estou feliz por ver o povo de Deus a caminhar para os locais de culto para adorarem em espírito, presença e em verdade,” disse a Revda. Dra. Vitória Armando Chifeche, superintendente da Área de Maputo Província.
Chifeche é superintendente de 12 Cargos Pastorais e sete extensões de evangelização.
“Noto certa morosidade das nossas instituições do estado no que concerne as visitas de inspecção. Na área de Maputo Cidade, temos 15 Cargos Pastorais e três extensões de evangelização. E destes, apenas sete cargos e duas extensões estão autorizadas para retomarem seus cultos,” disse Boaventura Alfredo Mazive, superintendente da Área de Maputo Cidade.
Com a retoma dos cultos, os ofertórios também estão a crescer naquelas capelas que já reabriram suas portas.
“Haverá uma diferença, se compararmos o período do estado de emergência e o de calamidade pública, onde as contribuições e colectas eram muito baixas,” disse o Rev. André Mudungaze, mordomo conferencial.
Mundugaze exerce a função de mordomo das conferências de Moçambique Sudeste e Sul.
“A minha esperança está na generosidade do povo Metodista,” continuou Mudungaze reconhecendo no entanto que não será possível alcançar as metas previamente orçamentadas para 2020. “Contudo estou confiante que mesmo depois de rectificação orçamental, poderemos superar por mais de 5% o actual orçamento,” afirmou.
“Embora retomamos os cultos, o regresso dos membros da Metodista Unida ainda é feita de forma tímida,” disse a Revda. Hortência Américo Bacela, directora do Conselho dos Ministérios das Conferências do Sul e Sudeste de Moçambique.
“Moçambique esta experimentando uma subida galopante de infecções comunitárias pelo Covid-19 e já conta com mais 7000 infectados e quase 50 mortes,” afirmou Bacela.
O número de capelas que já foram autorizadas a retoma dos cultos continua menor devido a uma série de razões, como o número reduzido de inspectores para responder a demanda das confissões religiosas no país, a falta de materiais essenciais (termómetros, álcool gel e outros) por parte das igrejas, e a ausência de meios financeiros por parte de muitas comunidades para aquisição desses materiais.
“Um dos factores que constitui dificuldade e que irá atrasar a retoma dos cultos na maioria dos casos tem a ver com a falta do cumprimento das normas que passam da obtenção de termómetros e álcool gel, sobretudo para as comunidades rurais,” lamentou Bacela.
Sambo é o correspondente lusófono em África das Notícias Metodista Unida.
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