O tecido social da população moçambicana é frágil devido a actual conjuntura do país, caracterizada por conflitos armados no norte e no centro do território, assim como por calamidades naturais que assolam o país, e muito recentemente pela eclosão da COVID-19.
Cientes desta situação, a comunidade Metodista da Malanga 2, sob liderança das Mulheres, predispôs-se a ajudar com a provisão de uma cesta básica, máscaras, sabão e outros materiais de higiene à famílias e comunidades carenciadas nos arredores da cidade e província do Maputo.

As Irmãs Arlanza Dias (na foto) e irmã Zauria Saifodine foram as pioneiras da confecção das máscaras. Matola, foto de Meriamo Malate.
"O assunto mereceu apreciação positiva das membros, tendo estas sugerido que, elas mesmas podiam doar suas capulanas e dinheiro para a compra de materiais tais como: entretelas, elásticos e linha para a confecção de máscaras. Na organização temos a bênção de ter mulheres que conhecem as técnicas de corte e costura, daí que o projecto teve pés para andar," explicou Malate.
As Mulheres Metodistas Unidas, são um grupo de pessoas com projectos assistenciais que tem ajudado muita gente dentro e fora da igreja.
Falando do projecto da produção de máscaras, Graciete Taiela, membro da organização e vice-guia leigos do Cargo Pastoral explicou que, "a ideia de confecção de máscaras nasceu de maneira tímida, inspirada na fé e boas obras da Dorcas (Tabita), que era mais fazedora e não faladora, dada a sua generosidade e apoio aos necessitados (Actos 9:36-42."
"Depois de autorização pelo Ministério da Saúde, começamos a produzir máscaras caseiras, respeitando todas as exigências técnicas e protocolares da Organização Mundial da Saúde (OMS) e em pouco tempo mulheres voluntárias lideradas pela presidente Meriamo, começaram com o projecto," disse Taiela.
A produção voluntária de máscaras, teve lugar nas casas dos membros da organização.
“Algumas voluntárias são: Zauria Saifodine, Arlanza Sabino, Marta Banze, Serra Seis, Beatriz Langa e Elisa Tesoura,” explicou Taiela.
“A vontade de ajudar outras pessoas, impulsionou-me a oferecer o meu tempo e habilidades em costura,” afirmou Zauria Saifodine, uma das costureiras e membro da organização.
“Pus assim em prática as habilidades aprendidas na Escola Secundária. Eu e a irmã Arlanza Sabino, produzimos cerca de 300 máscaras, que acreditamos estarem ajudando a muitas pessoas que não têm meios financeiros para a compra de máscara,” concluiu Saifodine.
Várias famílias, comunidades e centros de acolhimento beneficiaram-se das máscaras que iam acompanhadas de produtos alimentícios, de higiene e limpeza.
"Os centros beneficiados até então são de Beluluane, INAS de Juba, Jonasse, Bela-Vista, Ka Tembe, Chamanculo, Changalane, Massaca e Salamanga, onde nos últimos 3 locais distribuímos farinha de milho, açúcar e amendoim," explicou Malate.
"Agradecemos a Igreja Metodista Unida e particularmente estas mulheres que lembraram-se de nós. Lembram-se de nós em orações e agora estão visitando-nos e não de mãos vazias. Muito obrigada igreja," agradeceu a vovó Gilda Mulhule, uma das beneficiárias, após receber os alimentos em Salamanga.
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Voluntários da Malanga 2 na organização dos bens alimentícios que seriam distribuídos pelas comunidades carentes. Malanga, foto de João Sambo.
"A produção de máscaras caseiras sai em conta," segundo contou Taiela. "Estas, são passíveis de reutilização após higienização adequada, para além da durabilidade que oferecem quando comparadas às cirúrgicas."
Questionada sobre o que lhes move a prestarem tal tipo de apoio, a nossa interlocutora explicou: "queremos responder a pergunta: o que é que o povo vê nas Mulheres da Malanga 2? – e como resposta a isso, que o povo veja o amor de Cristo, veja a palavra de amor e de esperança traduzidas em obras e partilhada na sociedade," terminou Taiela.
“Eu sou costureira de profissão e em 20 minutos consigo medir, cortar e coser uma máscara e, neste projecto, já fiz cerca de 500 máscaras,” disse Marta Siquice Banze, membro da organização das Mulheres da Malanga 2.
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Senhora Marta Banze, uma das costureiras voluntária das Mulheres da Malanga 2. Matola, foto de Suneila Moamba.
“Abracei a causa, porque ela é justa e humanamente excelente,” concluiu Banze.
Por conta desta pandemia, já há muitas bolsas de fome e o Cargo Pastoral da Malanga 2 tem respondido à solicitações nalgumas comunidades, sendo de destacar: Changalane, Massaca e Salamanga na província do Maputo.
"Nesta fase, já distribuímos mais de meia tonelada de alimento diversos. Como as doações são voluntárias, nos é difícil no momento quantificar financeiramente o que já contribuiu-se em apoio aos irmãos e irmãs necessitados," concluiu Malate.
Sambo é o correspondente lusófono em África das Notícias Metodista Unida.
Contacto com a imprensa: Revo. Gustavo Vasquez, editora de notícias, [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, inscreva-se nos resumos quinzenais gratuitos.