Pontos principais:
- Um jovem foi morto a tiros e duas crianças morreram em um incêndio depois que sua cabana foi incendiada em meio ao conflito crescente na Nigéria rural.
- Bispos metodistas unidos condenaram os ataques e ofereceram apoio à comunidade afetada. Eles pediram aos membros da Igreja Metodista Unida da Nigéria e da Igreja Metodista Global que permanecessem pacíficos em meio ao conflito.
- O bispo nigeriano da Igreja Metodista Global, John Pena Auta, também emitiu uma declaração pedindo à comunidade que abrace a paz.
Três metodistas unidos foram mortos em confrontos entre membros da Igreja Metodista Unida da Nigéria e da dissidente Igreja Metodista Global em Munga Dosso, estado de Taraba.
O ataque ocorreu após a reunião de membros da Igreja Metodista Global na Igreja Metodista Unida Bwoi, na vila de Bunkabu, apesar do fechamento das igrejas de ambas as denominações em setembro pelo governo, como resultado do conflito que causou instabilidade e interrompeu a paz no estado.
Durante o confronto, Elisha Masoyi, 27 anos, um metodista unido e irmão do líder leigo da igreja, foi baleado e morto.
A luta se espalhou para a comunidade ao redor, onde cabanas foram incendiadas, resultando nas mortes de Abednego, de 4 anos, e Baby, de 2 anos, filhos de Abraham Kefas, um membro da igreja e supervisor da Divine Success UMCN Nursery and Primary School, uma Creche e Escola Primária na comunidade de Munga Dosso. Dez membros da igreja ficaram feridos e estão sendo tratados em casa.
Em uma declaração, o bispo eleito Metodista Unido Ande Emmanuel e o bispo principal da Nigéria, John Schol, condenaram a violência e ofereceram orações e apoio aos afetados.
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“Como bispos da Igreja Metodista Unida, estamos indignados que tal atrocidade ocorra entre cristãos, especialmente irmãos e irmãs que já fizeram parte da mesma família metodista.”
Na declaração, eles apelaram aos líderes da Igreja Metodista Global, particularmente aos três bispos que lideram a Nigéria, para que ajam com justiça e levem os autores dos crimes à justiça.
“Nós também pedimos aos membros do GMC (sigla em inglês para Igreja Metodista Global), em todos os níveis, que ponham um fim imediato à violência e se abstenham de disseminar informações erradas que alimentem o medo e o desdém que podem levar à violência. Da mesma forma, pedimos que nossos membros Metodistas Unidos sejam guiados pela integridade e respeito enquanto trabalham para manter a paz.”
Eles pediram aos Metodistas Unidos que permanecessem pacíficos em meio ao conflito e chamassem a polícia imediatamente; eles pediram aos membros da Igreja Metodista Global que fizessem o mesmo.
Schol disse à Notícias MU que acredita que os líderes da Global Methodist Church (Igreja Metodista Global) estão preocupados com seu futuro, já que a United Methodist Church (Igreja Metodista Unida) na Nigéria continua a fazer progresso constante. Ele observou que a maioria dos leigos e clérigos metodistas unidos permaneceram na denominação.
“Quando Yohanna, seu gabinete e aproximadamente 30% dos Metodistas Unidos na Nigéria comunicaram que renunciaram à UMC e se juntaram à GMC no final de julho e início de agosto de 2024, e tomaram a propriedade, o equipamento e os fundos dos Metodistas Unidos, eles tiveram um obstáculo significativo a superar. A lei da Nigéria decidiu no passado que a propriedade fica com a denominação e não vai com o grupo separatista”, disse Schol.
“Para combater isso, a GMC criou o estratagema de que, em vez de deixar a UMC, essa era uma simples mudança de nome de UMC para GMC porque a UMC era uma igreja 'gay' e tentava trazer o casamento entre pessoas do mesmo sexo para a Nigéria. Isso prejudicou muitos funcionários do governo contra a UMC porque a constituição da Nigéria proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo.”
“Inicialmente, o governo entendeu a questão dessa forma e tratou os fiéis da UMC como um grupo de pessoas marginalizadas que não eram os legítimos donos da propriedade”, disse Schol.
Ele explicou que uma série de eventos está mudando a mentalidade de muitos, incluindo algumas pessoas que deixaram a Igreja Metodista Unida e agora estão retornando.
“Um grupo de 400.000 metodistas unidos que partiram durante o mandato da bispa Yohanna agora retornaram, fortalecendo o testemunho e a missão metodista unida”, disse Schol.
“Os superintendentes distritais e pastores têm se reunido com governos locais e estaduais e agentes da lei para ajudá-los a entender a UMC e nossa política, e isso está mudando a mentalidade dos funcionários do governo”, disse ele.A Igreja Metodista Unida entrou com uma ação judicial contra a Igreja Metodista Global para reverter o certificado governamental (licença para operar como denominação na Nigéria) de GMC para UMC.
A 10ª sessão da Conferência Central da África Ocidental, realizada de 5 a 8 de dezembro em Accra, Gana, votou para alterar o Livro de Disciplina para declarar claramente que na África Ocidental, as áreas e conferências episcopais devem seguir as leis de sua nação em relação a questões LGBTQ e que o casamento é entre dois adultos consentidos que são um homem e uma mulher.
Emmanuel foi eleito bispo em 7 de dezembro, e mais de 500 pessoas compareceram para saudar o novo bispo quando ele retornou da conferência central.
Isso gerou mais preocupação por parte da Igreja Metodista Global, disse Schol.
“A cada passo sucessivo, a GMC ficou mais preocupada em perder a 'batalha' para manter sua posição na Nigéria e a propriedade e os fundos da Igreja Metodista Unida. Eles estavam particularmente preocupados com os resultados da Conferência Central da África Ocidental e a recepção extremamente positiva do Bispo Emmanuel, bem como a unificação dos Metodistas Unidos na Nigéria.”
Em 22 de novembro, Schol enviou um e-mail aos bispos da Igreja Metodista Global Scott Jones, John Pena Auta e John Wesley Yohanna, os três bispos que supervisionam a Nigéria para a denominação, e expressou sua crescente preocupação com assédio, violência e destruição de propriedade. Ele também compartilhou com os metodistas unidos essas mesmas preocupações e os convocou a permanecerem pacíficos.
“Eu pedi aos bispos Jones, Auta e Yohanna que fizessem o mesmo, conversando com o clero e leigos da GMC para parar o assédio e os ataques físicos aos Metodistas Unidos e para parar de danificar propriedades. Eu estava profundamente preocupado com a escalada do assédio e dos ataques físicos. Não recebi nenhuma resposta deles, e o assédio e os ataques físicos só aumentaram para culminar na morte de três Metodistas Unidos e ferimentos em outros 10 em 15 de dezembro.”
Líderes da Igreja Metodista Global não responderam imediatamente a um pedido de comentário do Notícias Metodista Unida.
O Conselho Metodista Unido dos Bispos pediu paz na Nigéria após a tragédia.
“O Conselho dos Bispos oferece suas condolências às famílias cujos entes queridos morreram e aos membros da congregação onde o incidente ocorreu. Condenamos a violência e imploramos a todos os Metodistas Unidos que testemunhem o príncipe da paz, Jesus Cristo, em palavras e ações. Sabemos que a violência nunca resolve conflitos ou aborda significativamente a injustiça”, disse a presidente do Conselho dos Bispos, Tracy S. Malone, em uma declaração.
“O Conselho dos Bispos é grato pela liderança na Nigéria que respondeu rapidamente para manter a ordem, cuidar dos enlutados e está trabalhando em prol da missão da Igreja Metodista Unida. Ao nos aproximarmos da manjedoura de Belém mais uma vez, que possamos ouvir como nunca antes o coro de anjos declarando: 'Glória a Deus no céu e paz na terra entre as pessoas com quem Deus está satisfeito'”, disse ela.
O reitor do gabinete da Igreja Metodista Unida na Nigéria, Rev. Eli S. Yakku, disse que a comunidade afetada precisa de orações e aconselhamento.
“Estamos trabalhando para promover a calma e a contenção… enquanto também defendemos a justiça e a responsabilização. Este incidente é um lembrete sério dos desafios que enfrentamos como igreja e comunidade na Nigéria.”
Yakku disse que pelo menos 11 casas de membros da igreja Metodista Unida foram incendiadas, deslocando muitas famílias e resultando em centenas de pessoas, principalmente mulheres e crianças, fugindo para comunidades vizinhas em busca de segurança. Munga Dosso é a terra natal de Yohanna.
Em uma declaração emitida pelo escritório de comunicações da Igreja Metodista Global na Nigéria, Auta pediu à comunidade de Munga Dosso que abandonasse sua amargura e abraçasse a paz sustentável no melhor interesse da fraternidade e do desenvolvimento.
“O bispo reconheceu que a crise foi desencadeada por uma pessoa desconhecida cujo principal objetivo era causar agitação entre as pessoas amantes da paz da área, enfatizando que o que a paz não pode oferecer, o caos não pode dar”, disse o comunicado.
*Chikwanah é correspondente da Notícias UM baseado em Harare, Zimbabué.
Contato com a mídia: Julie Dwyer em (615) 742-5470 ou [email protected].
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**Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para [email protected].