Pelo menos 25 civis, incluindo sete Metodistas Unidos de duas famílias, foram mortos na última violência no território do Leste do Congo, de acordo com o superintendente do distrito de Beni.
O ataque em grande escala que aconteceu em 31 de dezembro, nas aldeias de Eringeti e Mutwanga, foi atribuído às Forças Democráticas Aliadas, um grupo rebelde armado que opera no leste do Congo e em Uganda, segundo o reverendo Dumas Balaganire.
“Esses repetidos ataques na região de Beni paralisam várias atividades econômicas e religiosas”, disse ele.
Henry Sinvazire, um líder leigo do distrito de Beni e voluntário do escritório de desastres da igreja no leste do Congo, disse que Maurice Vahaven, um líder leigo da Igreja Metodista Unida Mutwanga, morreu ao lado da maioria de sua família enquanto eles se preparavam para participar do batismo de novos crentes em sua casa. Sinvazire disse que um dos filhos adultos de Vahaven, Samuel Paluku Makia, guitarrista da igreja, conseguiu escapar ileso.
Chantal Kavira, secretária para Mulheres Metodistas Unidas na Igreja Metodista Unida Mutwanga, disse que dois de seus filhos morreram no massacre. Ambos eram membros do coro da igreja. Ela disse que seus filhos foram mortos pela ADF enquanto se preparavam para cantar no batismo de outros jovens.
“É uma perda para minha igreja, mas tenho esperança de que um dia nos encontraremos no reino dos céus”, disse ela.
O Pastor Mukunge Shabantu da Igreja Metodista Unida Mutwanga disse que lamenta as perdas das duas famílias Metodistas Unidas da sua igreja.
Balaganire e Sinvazire disseram que os ataques forçaram muitos moradores a fugir de suas casas, e a insegurança alimentar se tornou uma preocupação.
“Estamos impressionados com os deslocados que estão todos concentrados na cidade de Beni”, disse Balaganire.
Sinvazire acrescentou: “(Eu) temo o pior da fome e a contaminação de COVID-19 após esta loucura dos deslocados.”
De acordo com um relatório de outubro da agência de refugiados das Nações Unidas, ACNUR , há 5,5 milhões de pessoas deslocadas internamente na República Democrática do Congo, uma das maiores populações deslocadas do mundo e a maior da África.
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Jean Tshomba, coordenador do escritório de gestão de desastres do United Methodist Committee on Relief's (Comitê Metodista Unido de Socorro) no leste do Congo, disse que está preocupado com a violência, bem como com a situação enfrentada pelos sobreviventes que foram forçados a deixar suas casas.
Ele disse que planeja apelar ao UMCOR por ajuda para aqueles que foram deslocados pela insegurança na região.
O bispo Gabriel Yemba Unda ofereceu suas condolências às famílias enlutadas e pediu às autoridades do país que restaurassem a paz.
“Convido a todos a solidarizarem-se com as famílias deslocadas e a respeitarem rigorosamente as medidas de barreira porque - além desta insegurança - não podemos negligenciar o COVID-19, que ainda está entre nós”, disse.
Houve quase 20.000 casos confirmados de COVID-19 e mais de 600 mortes no Congo, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
No papel de Unda como moderador nacional das Igrejas de Cristo no Congo, um conselho ecumênico composto por 74 denominações membros, ele participou de reuniões em novembro lideradas pelo presidente do Congo, Félix Tshisekedi Tshilombo.
“Encontrei-me com o presidente da RDCongo e expliquei-lhe todos estes problemas das Forças Democráticas Aliadas em Beni e espero que, com a ajuda do Senhor, um dia tenhamos uma paz duradoura na região”, Unda disse.
*Kituka Lolonga é comunicador na Conferência de Kivu. Contato com a mídia: Vicki Brown em (615) 742-5470 ou [email protected].
**Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, assine os resumos quinzenais gratuitos.