Pentecostes para nossos dias

“Então disse eu: Já pereceu a minha força, como também a minha esperança no Senhor. Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do fel. Minha alma certamente disto se lembra, e se abate dentro de mim. Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei”, (Lm 3.18-21).

“Mui depressa chegará teu fim neste mundo; vê, pois como te prepararão. Hoje está vivo o homem e amanhã já não existe”, A Mediação da morte, A Imitação de Cristo, de Tomas de Kempis (1380-1412 d.C.).

A propósito de uma introdução ao tema de Pentecostes, que era uma festa ou solenidade judaica que ocorria no quinquagésimo dia da Páscoa, conforme Atos 2, optei por duas narrativas: poética e a estética. A primeira é plástica e artística, e a segunda teologicamente fala de experiência da vida: nos moldes de uma linguagem bíblico-teológica, histórica, cultural, econômica e política; e na abrangência do significado único e peculiar do Pentecostes na vida e missão da Igreja Cristã.

Assim como foi o povo de Israel com experiências religiosas vividas, esse mesmo evento aconteceu na vida dos discípulos na igreja primitiva, conforme é narrado em Atos 2.

O Pentecostes

Na rica linguagem literária bíblica, as narrativas de contos, lendas, cânticos, poesias, poemas, oráculos e vaticínios, entre outros, contam, recordam e preservam a memória do povo de Deus – em sua aliança com Israel no Antigo Testamento e no Pentecostes Cristão (At 2).

O Pentecostes era a segunda das festas, em que todo o povo de Israel devia apresentar-se diante de Deus no santuário (Êx.24.23;Dt16.16). Chama-se o livro de aliança (Êx 26.16).  A festa da recoleção, em Êxodo 34.22, corresponde à festa das primícias da colheita da cevada, a festa das semanas dos pães ázimos (Páscoa), no hebraico Pashá e no grego Pasxa. Era a “celebração” dos cinquentas dias da festa de recoleção (Lv 23.9-14). Junto com o molho de espiga, era apresentado um cordeiro sem mancha para ser sacrificado em oblação em louvor, honra e glória a Deus, com gratidão pelo alento, fidelidade e cuidado de Deus para com o seu povo.

O Pentecostes marcava o fim da colheita (Nm 28.26; Dt 16.9). Na tradição judaica, dava-se a promulgação da Lei (Torá). Entre as finalidade das festas está a comemoração do Ano do Jubileu; do perdão das dívidas e repartição das terras. Essencialmente o perdão das dívidas em todos os seus aspectos legais, sociais, econômicos e religiosos. Está na direção do Pai Nosso recitado por Jesus nos Evangelhos.

Em paralelo, o Pentecostes cristão recorda e atualiza (supera) a festa das semanas, depois dos pães ázimos (Páscoa). A Páscoa celebrada por Jesus em Jerusalém recorda e a supera como um novo evento e significado (Mc 14.12-16, Mt 26.17-19, Lc 22.7-23). Resumindo os fragmentos em forma de poema de Isaías, denominado “Servo de Deus” (Is 62.13-15; 63.1-4; 61.1-4; 62-13-15), conclui-se dizendo: “e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória (Is 61.3). Tempos de esperança, restauração e alegria – Pentecostes também hoje!

O Poema de Javé (Lc 4.4-16). Consequências em novas ações (Lc 4.20-30). O Poema do servo do Senhor. “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor (Lc 4.16-19). Para publicar o ano da remissão do Deus e o dia da vingança de nosso Deus. (Comentário da Bíblia Vulgata Latina). Na sinagoga de Nazaré, Jesus aplica essa profecia a si mesmo (Lc 4.16-55).

Aponta ao Pentecostes. Aqui Jesus compromete-se publica e legalmente com a sua obra e missão redentora, salvadora e libertadora conforme o propósito do Reino de Deus. Pentecostes é a culminância desse divino projeto em Cristo Jesus, no poder de Espírito, na vida dos discípulos e da Igreja Primitiva para a vida e missão nos dias atuais até a consumação dos séculos.

Pentecostes para nossos días

Para ser fiel ao cumprimento e testemunho do Pentecostes hoje em dia, como Igreja de Cristo, precisamos estar no Cenáculo em oração e atentos às ordenanças do Senhor Jesus. Para tanto, temos de estar receptivos ao alento e sopro do Espírito para sairmos em missão em favor deste mundo de sofrimento. Temos de anunciar Jesus, em forma de testemunho (marturia) e vida para a reconciliação de todos, bem como de toda a criação, dando-lhes um sentido de vida plena e abundante. “De fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1.10). “O qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (v. 14).

Li muitos textos bíblicos, livros e artigos. Citá-los aqui demandaria tempo espaço; e selecioná-los seria um ato de exclusão, principalmente de muitos amigos e amigas. Assim, de forma inclusiva, nessas festas de alegria de Pentecostes, trago à memória a Igreja Metodista, que acolheu outras igrejas cristãs, grupos de comunhão, serviço e corpo teológico; ordens presbiteral e diaconal da Igreja Metodista, serviçais da Igreja, igrejas ministerial e diaconal e, com inclusividade, instituições e grupos seculares que de igual modo cumprem essa missão de praticantes do pentecostes nos dias atuais.

Pentecoste em missão

Nossa missão, no Pentecostes hoje, é estar engajados nas lutas e na vida do povo como sinais de vida e esperança plenas. Os problemas são muitos, como violências em campos, cidades e instituições em todos os níveis. Hoje o grande dilema está nas buscas de soluções para a vida do planeta. A busca de ostentações e benefícios próprios e a ganância financeira nos negócios causam exclusão e globalização. Nossa missão é sair dos cenáculos das certezas e utopias e cumprir o “ide de Jesus”, a grande comissão (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18, Lc 24.44.49). “De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”, (Mc 16.19-20).

Ainda nesta vida e século, após dores e sofrimentos, teremos alegrias e seremos chamados de “carvalho de justiça, plantado pelo Senhor para sua glória”.  Superando a inquietação mística de Tomás de Kempis, em Imitação de Cristo, concluindo nosso trabalho sobre Pentecostes para nossos dias, digamos como afirmação de fé e vida plena: “Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.  Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22.1-5). Apocalipse (revelação) é também símbolo de Pentecostes – festas de alegria.  “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus! A graça do Senhor Jesus seja com todos”, (Ap 22.20-21).

 

Bibliografia

1-       CABEL, John B. – A Bíblia como Literatura trad. Sobral, Adail Ubirajara, Gonçalves, Maria Estela, Edições Loyola – SP, 1993.

2-       Concordância Bíblica – Pesquisadores e redatores entre outros, Ver. Dr. Paul W. Schelp, Rev.Gonçalves, Antônio de Campos, Sociedade Bíblica do Brasil – Rio de Janeiro, 1975.

3-      Bíblia Vulgata Latina, La Editorial católica. S.A – Madri-Espanha, 1963

4-      Dicionário de La Bíblia – Herder, Barcelona Espanha – Dr. A. Vander Born, Fr. Serafim de Ausejo O.F.M., 1962

5-      The Greek New Testament, com introción en castellano. Sociedade Bíblicas Unidas. Bruce M.Metzzer – 1975

6-      RUSCONI, Carlo, Dicionário Grego do Novo Testamento, trad. RABUSQUE, Irineu – Paulos – SP, 2003.

7-      KEMPIS, Tomás de, Imitação de Cristo, trad. NASSET, Pietro, Martin/Claret-ABDR. São Paulo – SP, 2008.

8-      Bíblia Sagrada – R.A. no Brasil. Sociedade bíblica do Brasil, trad. João Ferreira de Almeida , São Paulo – SP, 1947-1998.

  

* Rev. Uriel Teixeira

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